quinta-feira, 20 de setembro de 2018
"o meu suor", de Marcya Carrilles
o meu suor transpira
molhado de sonhos,
o cheiro da vida no desconhecido
que não sei
na verdade própria
sentindo o pudor de todo vazio
do Deus que abandono quando perdida
me entrego ao amor que espero
para madura, ser pura de tão nua
para olhar a verdade
me achar sem vaidade
e
no meu ato
experimentar um trago de felicidade
na minha alma
nascer o vasto infinito de crescer
na coragem da inocência
e então me integrar ao instante de Deus
(sem mais medo, renascendo
juntando meu quebra-cabeças
de umas quatrocentas peças)
o caos na luta
de sustentar a ideia da verdade de ser eu
na minha falta de memória
na loucura da veste que visto
para um verso
de longe
da saudade
para um verso para perto
de te pertencer
harpa dos anjos
talvez ilusão
ou só o simples querer sentir-me
apenas viver