terça-feira, 14 de agosto de 2018

"centelha", de Dalva Molina Mansano




derrubar o muro sentencioso 
que há dentro de mim
e rasgar as faixas
para que a luz possa atingir-me
intacta nesta busca íntegra
de ficar ilesa e despertar

olho ao redor e desespero
de mim mesma e do mundo
sinto as peias e a escravidão
que habitam no meu ser
queimando-me na centelha
nas formas estreitas
do meu entendimento humano
quero ser investigadora sincera
de mim e dos outros

assim, não sendo
jamais poderei participar
da grande realidade
que é viver, sentindo
cada vez mais o desespero
da ânsia da verdade