"gatos abstratos", de Miriã Pinheiro.
1, 2, 3, gritam, gatos sem vozes,
algozes, afobados e ariscos.
Querem viver e correr os riscos
de vencer com suas patas velozes.
Voem gatos do mundo!
Invadam o terror profundo
e o temor noturno.
E tentem, cansados, desafiar o outro,
que dormindo está para o seu espírito afronto.
Mostrem-se capazes e causem medo,
façam guerras e comandem o enredo.
Sejam ser, sejam humanos,
Seja eu, sejam urbanos!