"os deuses de carne e ossos", de Ana Maria Gazzaneo
Vala comum,
em mesmo fosso,
com os humanos,
desconcebidos
de algum direito
por sobre a terra,
reclamam reinos...
Os seus poderes,
que eram mitos,
morreram às gritas
de alguns trovões...
Hoje, a desdita,
ralando a sola,
exige esmola,
dos seus tostões.
Jogo de bola,
dados lançados,
a sorte é gado,
de algum curral...
Aposentados,
os anjos guias,
grande avaria,
chovem dos céus.
Nó de caroço...
A carne é osso!
E desdentado
deus do cartel!