domingo, 23 de setembro de 2018

"herança de morte", de Amélia Dalomba





lírios em mãos de carrascos
pombal à porta de ladrões
filho de mulher à boca do lixo
feridas gangrenadas sobre pontes quebradas
 
assim construímos África 
nos cursos de herança e morte
 
quando a crosta romper os beiços da terra 
o vento ditará a sentença aos deserdados
um feixe de luz constante na paginação da história
cada ser 
um dever e um direito

na voz ferida 
todos os abismos 
deglutidos pela esperança