segunda-feira, 10 de setembro de 2018

"afiadíssima", de Ariane Fagundes





Pétala que se desprende,
arranha-se no espinho do caule.
Um corpo afiado também sustenta

a delicadeza dos ares.
 

Um lápis bem apontado
fura, risca e colore.
Vermelho tinge o topo da planta,

dá a vida, jorra e sangra.

Uma lâmina fina,

dura machuca,
ora ajuda..

Ainda assim tão macia,

é incomparável
o corte da língua.