E quando se descobriu
que o Universo era finito e esférico,
percebeu-se que havia um outro,
onde a esfera universal flutuava.
Não havia fim.
Mas, desde quando, o começo?
Em um sonho,
eu tentava partir um plasma quântico,
mas ele não reduzia.
Era perdido o meu esforço!
Tantas vezes eu achasse que o havia dividido,
ele continuava o mesmo...
Gostaria de aproveitar
de forma simples, as cores da vida,
da natureza, do castanho dos teus olhos.
Mas não consigo olhá-lo,
sem viajar como se fosse numa nave bem minúscula,
em cada raio marrom que expande
e contrai
a íris escura.
Já me vejo imersa
numa calma doce e aconchegante,
até encontrar a luz estonteante que vem da alma tua.
E de que valeriam as falácias das ciências sobre isso?
Minha mente desprende-se do trivial sentido da vida terráquea:
Penso o estático,
penso o nada,
penso o infinito...
Será que são só conceitos ou ideias?
Seja lá como for, não dá para ignorá-los.
Eles fazem parte do nosso raciocínio, da nossa intuição:
Regressar ao tempo zero,
esmiuçar até o nada,
ampliar ao infinito,
transcender a ambos.
Sou assim mesmo: Pirada!
Não me emendo!
Um certo amor grego me quebrou desde Tales!
E vou vivendo nessa mistura de realidade, loucura;
felicidade e tristeza.
As amarguras da vida,
eu dissolvo em teus beijos,
adoço em teus braços e evaporo no teu toque quente.
E pensar que nossos corpos tem independência!
Sim, eles tem!
Mesmo quando colados, na verdade,
respeitam o espaço entre cada átomo que os compõe.
Nem percebemos a distância.
Que bom! Uma deliciosa e real ilusão física!
Somos milionários,
pois pudemos vislumbrar
brilhantes em nossos olhos,
quando olhamos o céu daquela noite, juntos.
E nem precisou da Lua!
Ela havia sumido.
Deixou ao encargo das estrelas
e dos pirilampos,
o testemunho da nossa felicidade.