sexta-feira, 12 de outubro de 2018

"uma breve história do infinito", de Jakeline Barros




E quando se descobriu 
que o Universo era finito e esférico,
percebeu-se que havia um outro, 

onde a esfera universal flutuava.

Não havia fim.
Mas, desde quando, o começo?


Em um sonho, 

eu tentava partir um plasma quântico, 
mas ele não reduzia.
Era perdido o meu esforço! 

Tantas vezes eu achasse que o havia dividido, 
ele continuava o mesmo...

Gostaria de aproveitar 

de forma simples, as cores da vida, 
da natureza, do castanho dos teus olhos. 
Mas não consigo olhá-lo, 
sem viajar como se fosse numa nave bem minúscula, 
em cada raio marrom que expande 
e contrai 
a íris escura.

Já me vejo imersa 
numa calma doce e aconchegante, 
até encontrar a luz estonteante que vem da alma tua. 

E de que valeriam as falácias das ciências sobre isso?

Minha mente desprende-se do trivial sentido da vida terráquea:
Penso o estático,
penso o nada,
penso o infinito...
Será que são só conceitos ou ideias?
 

Seja lá como for, não dá para ignorá-los. 
Eles fazem parte do nosso raciocínio, da nossa intuição:
Regressar ao tempo zero,
esmiuçar até o nada,
ampliar ao infinito,
transcender a ambos.

Sou assim mesmo: Pirada! 

Não me emendo! 
Um certo amor grego me quebrou desde Tales! 
E vou vivendo nessa mistura de realidade, loucura; 
felicidade e tristeza.

As amarguras da vida,

eu dissolvo em teus beijos, 
adoço em teus braços e evaporo no teu toque quente.

E pensar que nossos corpos tem independência!
Sim, eles tem!
Mesmo quando colados, na verdade, 

respeitam o espaço entre cada átomo que os compõe.
Nem percebemos a distância. 

Que bom! Uma deliciosa e real ilusão física!

Somos milionários, 

pois pudemos vislumbrar 
brilhantes em nossos olhos, 
quando olhamos o céu daquela noite, juntos.
E nem precisou da Lua!
Ela havia sumido.
Deixou ao encargo das estrelas 

e dos pirilampos, 
o testemunho da nossa felicidade.